como mandar 50€ para o galheiro em 4 passos fáceis de seguir
1. Sair do trabalho mais cedo, aí por volta das 16h;
2. Apanhar o 58 no Príncipe Real, com destino ao Cais do Sodré;
3. Chegados ao destino, apanhar o comboio da linha de Cascais e sair em Algés;
4. Já em Algés, seguir em direcção às bilheteiras do Optimus Alive! e comprar um bilhete diário. E já está!
Agora, os motivos da desilusão/desagrado, também eles em quatro pontos:
1. Pode ser que eu ande mal habituada com esta coisa dos festivais estrangeiros (nos últimos 12 meses, aproximadamente, fui a três lá fora e a nenhum dos nossos), mas a verdade é que a chegada ao recinto do Alive! é verdadeiramente desoladora. Afinal, o que é aquilo?... Passeio Marítimo de Algés?... Ok, agora a sério. Digam antes baldio arraçado de misto de Feira Popular/Feira do Relógio, com três palquitos mal enjorcados à beira de uma aguinha salobra e já ninguém vos pode acusar de publicidade enganosa.
2. Mais uma vez, talvez devido a maus hábitos criados, mas se há coisa que me irrita profundamente são técnicos de som incompetentes e inteligências raras que se lembram de pôr um palco a céu aberto à beira rio. Vamos lá ver, alto não é, necessariamente, sinónimo de bom. Alto, estridente, distorcido, enrolado e, ainda por cima, com feedback a rodos, nunca (notem bem: NUNCA, em qualquer situação) será sinónimo de bom. Também eu consigo pôr todos os botõezinhos de um equalizador ou de uma mesa de mistura no máximo e não ando por aí a dizer que sou técnica de som nem, muito menos, a ser paga por isso.
Da mesma forma, por muito interessante que o efeito gone with the wind possa parecer em teoria, na prática a coisa não funciona assim tão bem. Diz que as tainhas apreciaram a metalada, o público é que já nem tanto - não que isso fizesse grande diferença para o grosso da fauna que por ali circulava, para a qual, deu-me ideia, que estar num estaleiro de obras ou a assistir a um concerto seria basicamente a mesma coisa.
Ora e quem sofre com isto, para além do público minimamente discernente? As bandas, pois está claro! Foi uma verdadeira dor de alma assistir a Mastodon e TV on the Radio nestas miseráveis condições.
Os primeiros, o som ia e vinha, ao sabor do vento. As vozes perdiam-se completamente, e a instrumentação por pouco que não ia pelo mesmo caminho. Já para não dizer que, mesmo após quatro ou cinco actuações cá, ainda não houve ninguém com a decência de lhes dar um concerto em condições mais condignas, a uma hora decente ou mesmo como headliners num concerto em nome próprio. Os Mastodon já mereciam isso!
Quanto aos segundos - mesmo apresentando um set fabuloso, em formato best-off, e num palco diferente, menos exposto aos elementos - também não conseguiram escapar à péssima qualidade de som. O que poderia ter sido 'O' concerto deste festival, perdeu-se completamente no meio de tanta estridência e falta de definição, resultando numa massa sonora informe que, se agradou, foi apenas pelo empenho e dedicação da banda que, não obstante tão adversas condições, se esforçou por dar um grande concerto. O vozeirão de Adebimpe e o falsetto de Kyp Malone (duas das coisas mais lindas deste mundo) eram perfeitamente indistintos e embotados. O mesmo se passou com a maioria dos restantes instrumentos (saxofone e cordas em particular) e com a componente electrónica. Uma pena!
Dos restantes pontos de interesse, durante o pouco que vimos dos Tiguana Bibles (muito pouco mesmo, meio tema para aí) fomos logo brindados com o belo do feedback. Safaram-se só mesmo os Klaxons, com uma boa prestação e condições sonoras à altura. Percorreram grande parte do excelente "Myths of the Near Future", apresentando ainda alguns novos e bem interessantes temas do tal disco, supostamente, 'demasiado experimental'. Posto isto, fechámos a loja, não fossem as coisas voltar a piorar. Nem nos demos ao trabalho de dar uma espreitadela àqueles senhores que já se deviam ter reformado à 15 anos, muito menos de aguardar pelos palermas dos Crystal Castles.
3. Umas quantas palavrinhas de desapontamento/indiferença: Lamb of God (fui à espera de algo completamente diferente, talvez porque nem me dei ao trabalho de fazer uma visita ao MySpace da banda. Saiu-me o vulgar de Lineu da música extrema. Boçalzito e preguiçoso), Machine Head (o que eu gostava de MH até altura do "The More Things Change...". Depois as coisas seguiram o seu rumo natural, as pessoas acabam por se afastar, umas evoluem, outras não... Eu sim, eles não), Slipknot (o quê?!... Ainda existem?!... Bolas, há modinhas do cu que teimam mesmo em não desaparecer!). Um lamento apenas: não ter visto Silversun Pickups.
4. Da próxima, apontem-me com uma seringa à cara e digam-me que me picam com a SIDA a menos que vos dê 50€, que sempre é mais honesto. Roubo é roubo, quer seja perpetrado por um pobre coitado dum carocho, que nem tem onde cair morto, ou pelo Sr. Covões e sua pandilha de porcos capitalistas. Mais rápido dou os 50€ ao carocho, do que à merda a que os gajos e gajas de EiN chamam festival de Verão. Nunca mais!... Aliás, se me virem tentada a ir a mais algum festival de Verão em Portugal, excepção feita ao Sudoeste no dia de Faith No More (algo me diz que ainda me vou arrepender amargamente de lá ir, mas enfim, FNM é FNM...), façam como os senhores do anúncio a uma certa e determinada marca de gelados, e batam-me!
Até à altura em que o PdC voltar a ter um cartaz de jeito, seguirei abstencionista!!
Evidências em vídeo já de seguida...
2. Apanhar o 58 no Príncipe Real, com destino ao Cais do Sodré;
3. Chegados ao destino, apanhar o comboio da linha de Cascais e sair em Algés;
4. Já em Algés, seguir em direcção às bilheteiras do Optimus Alive! e comprar um bilhete diário. E já está!
Agora, os motivos da desilusão/desagrado, também eles em quatro pontos:
1. Pode ser que eu ande mal habituada com esta coisa dos festivais estrangeiros (nos últimos 12 meses, aproximadamente, fui a três lá fora e a nenhum dos nossos), mas a verdade é que a chegada ao recinto do Alive! é verdadeiramente desoladora. Afinal, o que é aquilo?... Passeio Marítimo de Algés?... Ok, agora a sério. Digam antes baldio arraçado de misto de Feira Popular/Feira do Relógio, com três palquitos mal enjorcados à beira de uma aguinha salobra e já ninguém vos pode acusar de publicidade enganosa.
2. Mais uma vez, talvez devido a maus hábitos criados, mas se há coisa que me irrita profundamente são técnicos de som incompetentes e inteligências raras que se lembram de pôr um palco a céu aberto à beira rio. Vamos lá ver, alto não é, necessariamente, sinónimo de bom. Alto, estridente, distorcido, enrolado e, ainda por cima, com feedback a rodos, nunca (notem bem: NUNCA, em qualquer situação) será sinónimo de bom. Também eu consigo pôr todos os botõezinhos de um equalizador ou de uma mesa de mistura no máximo e não ando por aí a dizer que sou técnica de som nem, muito menos, a ser paga por isso.
Da mesma forma, por muito interessante que o efeito gone with the wind possa parecer em teoria, na prática a coisa não funciona assim tão bem. Diz que as tainhas apreciaram a metalada, o público é que já nem tanto - não que isso fizesse grande diferença para o grosso da fauna que por ali circulava, para a qual, deu-me ideia, que estar num estaleiro de obras ou a assistir a um concerto seria basicamente a mesma coisa.
Ora e quem sofre com isto, para além do público minimamente discernente? As bandas, pois está claro! Foi uma verdadeira dor de alma assistir a Mastodon e TV on the Radio nestas miseráveis condições.
Os primeiros, o som ia e vinha, ao sabor do vento. As vozes perdiam-se completamente, e a instrumentação por pouco que não ia pelo mesmo caminho. Já para não dizer que, mesmo após quatro ou cinco actuações cá, ainda não houve ninguém com a decência de lhes dar um concerto em condições mais condignas, a uma hora decente ou mesmo como headliners num concerto em nome próprio. Os Mastodon já mereciam isso!
Quanto aos segundos - mesmo apresentando um set fabuloso, em formato best-off, e num palco diferente, menos exposto aos elementos - também não conseguiram escapar à péssima qualidade de som. O que poderia ter sido 'O' concerto deste festival, perdeu-se completamente no meio de tanta estridência e falta de definição, resultando numa massa sonora informe que, se agradou, foi apenas pelo empenho e dedicação da banda que, não obstante tão adversas condições, se esforçou por dar um grande concerto. O vozeirão de Adebimpe e o falsetto de Kyp Malone (duas das coisas mais lindas deste mundo) eram perfeitamente indistintos e embotados. O mesmo se passou com a maioria dos restantes instrumentos (saxofone e cordas em particular) e com a componente electrónica. Uma pena!
Dos restantes pontos de interesse, durante o pouco que vimos dos Tiguana Bibles (muito pouco mesmo, meio tema para aí) fomos logo brindados com o belo do feedback. Safaram-se só mesmo os Klaxons, com uma boa prestação e condições sonoras à altura. Percorreram grande parte do excelente "Myths of the Near Future", apresentando ainda alguns novos e bem interessantes temas do tal disco, supostamente, 'demasiado experimental'. Posto isto, fechámos a loja, não fossem as coisas voltar a piorar. Nem nos demos ao trabalho de dar uma espreitadela àqueles senhores que já se deviam ter reformado à 15 anos, muito menos de aguardar pelos palermas dos Crystal Castles.
3. Umas quantas palavrinhas de desapontamento/indiferença: Lamb of God (fui à espera de algo completamente diferente, talvez porque nem me dei ao trabalho de fazer uma visita ao MySpace da banda. Saiu-me o vulgar de Lineu da música extrema. Boçalzito e preguiçoso), Machine Head (o que eu gostava de MH até altura do "The More Things Change...". Depois as coisas seguiram o seu rumo natural, as pessoas acabam por se afastar, umas evoluem, outras não... Eu sim, eles não), Slipknot (o quê?!... Ainda existem?!... Bolas, há modinhas do cu que teimam mesmo em não desaparecer!). Um lamento apenas: não ter visto Silversun Pickups.
4. Da próxima, apontem-me com uma seringa à cara e digam-me que me picam com a SIDA a menos que vos dê 50€, que sempre é mais honesto. Roubo é roubo, quer seja perpetrado por um pobre coitado dum carocho, que nem tem onde cair morto, ou pelo Sr. Covões e sua pandilha de porcos capitalistas. Mais rápido dou os 50€ ao carocho, do que à merda a que os gajos e gajas de EiN chamam festival de Verão. Nunca mais!... Aliás, se me virem tentada a ir a mais algum festival de Verão em Portugal, excepção feita ao Sudoeste no dia de Faith No More (algo me diz que ainda me vou arrepender amargamente de lá ir, mas enfim, FNM é FNM...), façam como os senhores do anúncio a uma certa e determinada marca de gelados, e batam-me!
Até à altura em que o PdC voltar a ter um cartaz de jeito, seguirei abstencionista!!
Evidências em vídeo já de seguida...