uma posta mista
Quando escrevi aqui uma posta acerca do segundo disco dos Parts & Labor, "Stay Afraid" - a quinta deste blogue, mas a primeira sobre música - ainda não sabia bem o que queria fazer deste blogue.
Na altura ia escrevendo sobre isto e aquilo, mandando uns bitaites sobre diversos assuntos, mas julgo que acabei por me cansar do formato demasiado generalista. Uma vez que sempre fui bastante ciosa da minha privacidade, um blogue pessoal nunca foi opção. Daí, também, a cada vez menor quantidade de textos desta natureza (ou que revelem algo de mim, para além dos meus gostos) no nAnha... Mas não se preocupem, que também não estão a perder nada.
E foi assim, perante este estado de coisas, que lá me decidi a restringir o blogue à temática musical (salvo ocasionais excepções). Era a solução mais natural, uma vez que na listagem das minhas prioridades palpáveis e metafísicas a música deve ocupar um mui honroso 3º lugar.
O facto é que esta decisão, apesar de bastante acertada, acabou por não esclarecer o meu dilema fundamental. Afinal, o que é que eu ando aqui a fazer na blogosfera? Para que é que me dou ao trabalho sequer de fazer um blogue? Será que alguém presta realmente atenção a isto?... Assim como assim, há dias em que não há mesmo pachorra para vir para aqui postar, ainda mais quando se acha que é tudo para o boneco. E, ao contrário do que algumas pessoas já me manifestaram, o meu conhecimento musical não é assim tão vasto que dê pano para muitas e muitas mangas.
Suponho que por esta altura devam estar a pensar que irei anunciar o final deste blogue, mas não. Desenganem-se, ainda não irei dar essa satisfação aos meus arqui-inimigos (quem quer que eles sejam). Pode-se dizer que são as pequenas coisas que me fazem continuar, bem como a vontade de partilhar e dar a conhecer (espero eu), que continua imensa.
Serve toda esta converseta para dizer que sim, às vezes ter um blogue é mesmo uma puta de uma seca. Sim, por vezes isto mais parece um emprego chato, uma obrigação incontornável para um qualquer patrão invisível (os eventuais leitores, sempre sedentos de informaçãozinha ou de um sneak peak na vida de outrem, qual Grande Irmão virtual). E sim, há gente que continua a levar isto demasiado a sério. Mas, no cômputo global, fazer o blogue continua a dar-me um gozo do caraças.
E serve também como introdução ao tema seguinte.
Falava eu, no início da posta, dos Parts & Labor. E é curioso como quase tudo na vida acaba por fazer full circle, em que o ponto de início é também o ponto final desse mesmo círculo, e um novo ponto de início. Ora, na passada semana ia eu a caminho de Lisboa, headphones enterrados bem fundo no canal auditivo, para que as conversas alheias não perturbassem a plena fruição da minha musiquinha, e ia, justamente a ouvir os Parts & Labor, não o "Stay Afraid", mas sim o mais recente "Mapmaker".
Como por esta altura já terão percebido, este foi um dia de epifanias, desfechos e revelações. E as minhas duas missões na capital nesse dia até eram bastante simples: adquirir mais um cartão de memória para a máquina digital e ir à farmácia da associação da qual sou sócia e onde tenho desconto.
Mas graças ao milagre da tecnologia moderna, mais precisamente da praga dos telemóveis, que, de quando em vez, lá vão dando um jeitaço, tomei conhecimento (precisamente durante a minha visita à tal farmácia) que, muito em breve, irei fazer parte do contigente de bolseiros de investigação em Portugal.
Há quem lhe chame precariedade, há quem diga que não é vida para ninguém. Eu cá chamo-lhe 745€ no fim do mês e uma enorme satisfação por, finalmente, ver todos aqueles anos de ensino superior produzir os seus frutos. Especialmente, porque desfez o mito de que ninguém consegue uma bolsa por concurso... Que, afinal, há espaço para o mérito próprio (ao invés dos conhecimentos, cunhas e/ou tachismos) nos meios de investigação científica portugueses.
É nestes dias raros que este país me parece um sítio lindo para se viver.
Na altura ia escrevendo sobre isto e aquilo, mandando uns bitaites sobre diversos assuntos, mas julgo que acabei por me cansar do formato demasiado generalista. Uma vez que sempre fui bastante ciosa da minha privacidade, um blogue pessoal nunca foi opção. Daí, também, a cada vez menor quantidade de textos desta natureza (ou que revelem algo de mim, para além dos meus gostos) no nAnha... Mas não se preocupem, que também não estão a perder nada.
E foi assim, perante este estado de coisas, que lá me decidi a restringir o blogue à temática musical (salvo ocasionais excepções). Era a solução mais natural, uma vez que na listagem das minhas prioridades palpáveis e metafísicas a música deve ocupar um mui honroso 3º lugar.
O facto é que esta decisão, apesar de bastante acertada, acabou por não esclarecer o meu dilema fundamental. Afinal, o que é que eu ando aqui a fazer na blogosfera? Para que é que me dou ao trabalho sequer de fazer um blogue? Será que alguém presta realmente atenção a isto?... Assim como assim, há dias em que não há mesmo pachorra para vir para aqui postar, ainda mais quando se acha que é tudo para o boneco. E, ao contrário do que algumas pessoas já me manifestaram, o meu conhecimento musical não é assim tão vasto que dê pano para muitas e muitas mangas.
Suponho que por esta altura devam estar a pensar que irei anunciar o final deste blogue, mas não. Desenganem-se, ainda não irei dar essa satisfação aos meus arqui-inimigos (quem quer que eles sejam). Pode-se dizer que são as pequenas coisas que me fazem continuar, bem como a vontade de partilhar e dar a conhecer (espero eu), que continua imensa.
Serve toda esta converseta para dizer que sim, às vezes ter um blogue é mesmo uma puta de uma seca. Sim, por vezes isto mais parece um emprego chato, uma obrigação incontornável para um qualquer patrão invisível (os eventuais leitores, sempre sedentos de informaçãozinha ou de um sneak peak na vida de outrem, qual Grande Irmão virtual). E sim, há gente que continua a levar isto demasiado a sério. Mas, no cômputo global, fazer o blogue continua a dar-me um gozo do caraças.
E serve também como introdução ao tema seguinte.
Falava eu, no início da posta, dos Parts & Labor. E é curioso como quase tudo na vida acaba por fazer full circle, em que o ponto de início é também o ponto final desse mesmo círculo, e um novo ponto de início. Ora, na passada semana ia eu a caminho de Lisboa, headphones enterrados bem fundo no canal auditivo, para que as conversas alheias não perturbassem a plena fruição da minha musiquinha, e ia, justamente a ouvir os Parts & Labor, não o "Stay Afraid", mas sim o mais recente "Mapmaker".
Como por esta altura já terão percebido, este foi um dia de epifanias, desfechos e revelações. E as minhas duas missões na capital nesse dia até eram bastante simples: adquirir mais um cartão de memória para a máquina digital e ir à farmácia da associação da qual sou sócia e onde tenho desconto.
Mas graças ao milagre da tecnologia moderna, mais precisamente da praga dos telemóveis, que, de quando em vez, lá vão dando um jeitaço, tomei conhecimento (precisamente durante a minha visita à tal farmácia) que, muito em breve, irei fazer parte do contigente de bolseiros de investigação em Portugal.
Há quem lhe chame precariedade, há quem diga que não é vida para ninguém. Eu cá chamo-lhe 745€ no fim do mês e uma enorme satisfação por, finalmente, ver todos aqueles anos de ensino superior produzir os seus frutos. Especialmente, porque desfez o mito de que ninguém consegue uma bolsa por concurso... Que, afinal, há espaço para o mérito próprio (ao invés dos conhecimentos, cunhas e/ou tachismos) nos meios de investigação científica portugueses.
É nestes dias raros que este país me parece um sítio lindo para se viver.