o khan morreu... viva o khan!
Khanate - "Clean Hands Go Foul" (2009, Trust No One) (12" picture disc)
Há bandas de que se gosta porque é impossível, ou até desumano, não se gostar delas. Outras há de que se gosta porque, pura e simplesmente, não há como fugir delas.
Na primeira opção temos aqueles casos em que, tal é a beleza estética, das composições, ou mesmo da voz, que o resultado óbvio e imediato é um amor à primeira audição, incondicional e sem restrições. Na segunda, encontram-se aqueles em que beleza é um conceito que nunca nos perpassaria a mente. E é nesta segunda que se incluem os Khanate.
Aqui o belo é substituído pelo horrendo. Pelo desconforto, solidão, isolamento, desespero, perfídia e negrume. É certo, não é música para alminhas mais sensíveis e/ou facilmente impressionáveis. Mesmo para os mais destemidos, bastam alguns minutos desta tormenta para enegrecer os seus corações. Tal tormenta é, ainda assim, tão brilhantemente elaborada e cativante (e a voz de Alan Dubin tão sedutoramente torturada), tão viralmente insidiosa (lembram-se de "Things Viral"?) que não há como escapar das suas garras. Não há como não os venerar, restando apenas deixarmo-nos envolver e mergulhar de cabeça neste poço de demência. Os resultados podem ser imprevisíveis, mas, invariavelmente, acabamos por emergir dele carregando uma visão completamente diferente do mundo.
Foi assim durante três discos de originais. Até que em Setembro de 2006 os Khanate anunciam a sua dissolução, pondo assim um ponto final naquela que foi uma experiência riquíssima para muitos melómanos que tiveram o prazer de privar com a sua música, fosse em disco ou ao vivo. Isto até que no início deste ano é lançado o canto de cisne da banda.
Disco póstumo, 'irmão' de "Capture & Release" (2005, Hydra Head), este "Clean Hands Go Foul" é a gigante vermelha da carreira dos Khanate, que engrandece antes de colapsar numa anã branca. Só não é O disco dos Khanate, porque qualquer um deles é insubstituível (sim, eles eram assim tão bons). Deixarão, sem sombra de dúvida, muitas saudades.
Há bandas de que se gosta porque é impossível, ou até desumano, não se gostar delas. Outras há de que se gosta porque, pura e simplesmente, não há como fugir delas.
Na primeira opção temos aqueles casos em que, tal é a beleza estética, das composições, ou mesmo da voz, que o resultado óbvio e imediato é um amor à primeira audição, incondicional e sem restrições. Na segunda, encontram-se aqueles em que beleza é um conceito que nunca nos perpassaria a mente. E é nesta segunda que se incluem os Khanate.
Aqui o belo é substituído pelo horrendo. Pelo desconforto, solidão, isolamento, desespero, perfídia e negrume. É certo, não é música para alminhas mais sensíveis e/ou facilmente impressionáveis. Mesmo para os mais destemidos, bastam alguns minutos desta tormenta para enegrecer os seus corações. Tal tormenta é, ainda assim, tão brilhantemente elaborada e cativante (e a voz de Alan Dubin tão sedutoramente torturada), tão viralmente insidiosa (lembram-se de "Things Viral"?) que não há como escapar das suas garras. Não há como não os venerar, restando apenas deixarmo-nos envolver e mergulhar de cabeça neste poço de demência. Os resultados podem ser imprevisíveis, mas, invariavelmente, acabamos por emergir dele carregando uma visão completamente diferente do mundo.
Foi assim durante três discos de originais. Até que em Setembro de 2006 os Khanate anunciam a sua dissolução, pondo assim um ponto final naquela que foi uma experiência riquíssima para muitos melómanos que tiveram o prazer de privar com a sua música, fosse em disco ou ao vivo. Isto até que no início deste ano é lançado o canto de cisne da banda.
Disco póstumo, 'irmão' de "Capture & Release" (2005, Hydra Head), este "Clean Hands Go Foul" é a gigante vermelha da carreira dos Khanate, que engrandece antes de colapsar numa anã branca. Só não é O disco dos Khanate, porque qualquer um deles é insubstituível (sim, eles eram assim tão bons). Deixarão, sem sombra de dúvida, muitas saudades.