mamã, continuo zangado com o mundo em geral
Cursive - "Mama, I'm Swollen" (2009, Saddle Creek)
Ainda bem que há pessoas assim. Ainda bem que há alguém que, após 34 anos de vida, continue repleto da teenage angst mais inconsequente e irreflectida. De uma forma deveras consequente e reflectida.
Alguém que despeja toda a sua ira por intermédio das palavras mais belíssimas. Seja contra a ex-mulher e ex-(hipotéticas)-amantes (grandes catalisadoras da raiva patente em "Domestica" e "The Ugly Organ", já para não falar da obra dos The Good Life, "Black Out"), seja contra o ser humano (ele próprio), a sociedade e o mundo em geral. Todas as composições de Kasher são manifestos da mais pura revolta e inconformismo. Mas não daqueles maçudos e soporíferos. Tudo isto é pessoal, tudo isto é rancor sincero e perverso. Não há aqui pseudo-politiquices nem basófias afins.
Mesmo nos momentos (temas) menos tempestuosos, a raiva acaba sempre por transparecer. Incontida e pura, no seu mais magnífico esplendor. E assim se quer o rock & roll. Nada de fachadas ou falsas perturbações/juventudes perdidas.
Kasher, quer o manifeste exteriormente ou apenas o cultive no mais profundo do seu âmago, só poderá ser o mais profundo dos misantropos. E ainda bem que assim é.
Como diz o próprio, "I'm at my best when I'm at my worst - when I'm not rehearsed.". E agora digo eu: and we wouldn't have it any other way.
Portanto, dai graças pela existência de Tim Kasher, pelos seus ódios de estimação e pelos seus Cursive! Que em 14 anos de carreira nunca nos deram um disco nada menos que brilhante.
Ainda bem que há pessoas assim. Ainda bem que há alguém que, após 34 anos de vida, continue repleto da teenage angst mais inconsequente e irreflectida. De uma forma deveras consequente e reflectida.
Alguém que despeja toda a sua ira por intermédio das palavras mais belíssimas. Seja contra a ex-mulher e ex-(hipotéticas)-amantes (grandes catalisadoras da raiva patente em "Domestica" e "The Ugly Organ", já para não falar da obra dos The Good Life, "Black Out"), seja contra o ser humano (ele próprio), a sociedade e o mundo em geral. Todas as composições de Kasher são manifestos da mais pura revolta e inconformismo. Mas não daqueles maçudos e soporíferos. Tudo isto é pessoal, tudo isto é rancor sincero e perverso. Não há aqui pseudo-politiquices nem basófias afins.
Mesmo nos momentos (temas) menos tempestuosos, a raiva acaba sempre por transparecer. Incontida e pura, no seu mais magnífico esplendor. E assim se quer o rock & roll. Nada de fachadas ou falsas perturbações/juventudes perdidas.
Kasher, quer o manifeste exteriormente ou apenas o cultive no mais profundo do seu âmago, só poderá ser o mais profundo dos misantropos. E ainda bem que assim é.
Como diz o próprio, "I'm at my best when I'm at my worst - when I'm not rehearsed.". E agora digo eu: and we wouldn't have it any other way.
Portanto, dai graças pela existência de Tim Kasher, pelos seus ódios de estimação e pelos seus Cursive! Que em 14 anos de carreira nunca nos deram um disco nada menos que brilhante.