terras desoladoras
Locrian - "Drenched Lands" (2009, At War With False Noise/Small Doses)
Uma toada soturna assombra o conjunto. Um orgão tétrico, um véu de ruído e distorção que tudo envolve, alguns acordes de guitarra esparsos e minimais. De repente, um grito lancinante chega-nos de um qualquer horizonte longínquo. Imaginamos que provenha do mais macabro dos hospícios. Ainda um sino que toca, macabro e lânguido, sem sineiro. Uma sensação de desespero e o odor nauseabundo da putrefacção pairam sob um céu plúmbeo. Os campos são áridos e estéreis. As urbes encontram-se desertas e em ruínas. Os habitantes há muito que se foram. Apenas restam algumas formas de vida parasitárias, que se consomem mutuamente, pois na terra já nada há.
Assim se vão construíndo as paisagens desoladoras que compõem "Drenched Lands", a estreia no formato longa-duração do duo Locrian. De pequenos e bem doseados elementos, quase espartanos, que seguindo a velha máxima gestaltista - o todo é maior que a soma das partes - se conjugam para criar um cenário atormentado e sufocante, onde o ambient drone é pedra de toque - ora em ciclos, ora em progressão crescente -, que tem tanto de aterrorizador, como de hipnótico e encantatório.
Uma verdadeira pérola negra, que me veio parar às mãos quase por acidente, e, sem dúvida, uma das promessas mais estimulantes de 2009, que urge ser descoberta por todos aqueles que apreciam o género.
Uma toada soturna assombra o conjunto. Um orgão tétrico, um véu de ruído e distorção que tudo envolve, alguns acordes de guitarra esparsos e minimais. De repente, um grito lancinante chega-nos de um qualquer horizonte longínquo. Imaginamos que provenha do mais macabro dos hospícios. Ainda um sino que toca, macabro e lânguido, sem sineiro. Uma sensação de desespero e o odor nauseabundo da putrefacção pairam sob um céu plúmbeo. Os campos são áridos e estéreis. As urbes encontram-se desertas e em ruínas. Os habitantes há muito que se foram. Apenas restam algumas formas de vida parasitárias, que se consomem mutuamente, pois na terra já nada há.
Assim se vão construíndo as paisagens desoladoras que compõem "Drenched Lands", a estreia no formato longa-duração do duo Locrian. De pequenos e bem doseados elementos, quase espartanos, que seguindo a velha máxima gestaltista - o todo é maior que a soma das partes - se conjugam para criar um cenário atormentado e sufocante, onde o ambient drone é pedra de toque - ora em ciclos, ora em progressão crescente -, que tem tanto de aterrorizador, como de hipnótico e encantatório.
Uma verdadeira pérola negra, que me veio parar às mãos quase por acidente, e, sem dúvida, uma das promessas mais estimulantes de 2009, que urge ser descoberta por todos aqueles que apreciam o género.